Chamada de ‘Texto de Cria’, a publicação tem autoria de Leandro Horta e Camilla Leite e traz conteúdo com dicas de redação e referências históricas, culturais e de pensadores pretos
Publicado 26/06/2024 16:22 | Atualizado 26/06/2024 16:37
Redação O Dia
O Rio – Fornecer repertório literário de autores pretos e estimular a boa escrita através de vivências periféricas para moradores de comunidades e jovens negros. Esse é o objetivo do livro e manual de redação “Texto de Cria”, de autoria dos professores de Língua Portuguesa Camilla Leite e Leandro Horta, naturais de favelas da Zona Norte do rio, que será lançado na próxima quarta-feira (3), em uma livraria de Botafogo.
“Não temos a pretensão de criar um simples manual de redação com pontos gramaticais, dicas e estruturas. Desejamos com este material conversar com os ‘crias’ sobre os principais pontos da dissertação, além de oferecer de forma natural uma série de pensadores pretos, clássicos, modernos e contemporâneos. Até os dias atuais, nas escolas, professores de linguagem, literatura e ciências humanas, de modo geral, tendem a recrutar a história, os pensadores, a cultura, enfim, tudo que diz respeito à cultura padrão, do branco, e não marginalizada”, avaliou Leandro.
Segundo o professor, o livro é uma maneira de tentar reverter esse cenários, trazendo com uma escrita leve e descomplicada o conteúdo para a realidade dos alunos da periferia. “Sempre nos questionamos o porquê de professores de literatura, por exemplo, oferecerem aos seus alunos apenas escritores brancos renomados, muitas vezes distante da realidade social e cultural dos alunos”, pontuou.
Leandro também destaca que o livro visa orientar o candidato quanto a importância de trazer as vivências para a redação. “Geralmente, os jovens escritores, que sonham por uma vaga na faculdade, enfrentam esse dilema, e aqueles que desejam construir uma rotina de estudo buscam inúmeros manuais, decoram estruturas prontas, citações sem contextualização, e entregam um texto mediano (ou ruim) sem o conteúdo necessário para que a argumentação seja efetivada”.
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